Mulheres Entre Grades | Manuela
Dias
A Chiado Editora tem o prazer de
apresentar a obra “Mulheres Entre Grades” da AutoraManuela Dias.
Manuela Dias “A minha
mãe ensinou-me a ler e a escrever quando eu tinha 4 anos. Quando ela morreu eu
tinha 10 anos. Ler era o meu refúgio, escrever o meu lamento em grito
silencioso. Nasci em Moçambique mas vim muito pequena para Lisboa. Curiosamente
os meus poemas foram publicados num diário de Angola. Criada numa família que
adorava Salazar, com 20 anos voluntária no MDP enchi Odivelas onde vivia de
panfletos anti governo e principalmente a caixa de correio da minha casa. E lia
e escrevia muito. Aos 14 anos apaixonei-me pelos escritores franceses Sartre,
Camus, Paul Éluard, Paul Geraldy, só os atraiçoando com Hemingway, Steinbeck, e
alguns outros. Passei muitos anos no estrangeiro mas voltava sempre ao meu país
com muita saudade.”
Mulheres Entre Grades - Quem são
as mulheres que vivem numa cadeia? E como se vive numa cadeia de mulheres? Como
se sente uma reclusa/o que vai entrar de novo no mundo exterior, ao fim de
vários anos de cadeia? O sistema funciona ou o Decreto-Lei 265/79 que defende e
promete como prioridade a reinserção social, é de uma hipocrisia assombrosa e
tudo passa por aquilo que a espera em liberdade? Erradamente, a cadeia é um
casulo e, embora deseje a liberdade, é com medo que qualquer reclusa/o sai: o
medo da não aceitação dos outros, da rejeição da família, do ter que esconder a
sua anterior situação e de, entre tantos medos, se perder de novo. A Justiça é
cega. Sem dúvida. E, muitas vezes, na sua cegueira, injusta. E os recursos?
Para quem tem dinheiro para pagar a um advogado. E os advogados oficiosos,
previstos na Lei? A maioria conhece a/o reclusa/o só no dia do Julgamento.
Neste livro, todas as histórias são verdadeiras mas, à excepção da Myriam, os
nomes foram alterados. Os diálogos são ficcionados, mas os acontecimentos não.
0 comentários:
Enviar um comentário